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Discipulado cristão para batismo nas águas

DISCIPULADO CRISTÃO PARA BATISMO NAS ÁGUAS

       Hoje estaremos abordando alguns temas de discipulado para a instrução dos candidatos ao batismo e também para que a Igreja, possa relembrar esse assunto, tão importantes à nossa fé Cristã.

 

O QUE É O BATISMO

      O batismo nas águas é uma ordenança do Senhor Jesus para sua Igreja. O significado do batismo aponta para o relacionamento pactual do homem com Deus em sua nova vida em Cristo; é um símbolo de que o crente pertence à comunidade da fé. Nesse sentido, o batismo é um selo da justiça mediante a fé em Jesus Cristo.

       Toda Igreja que se intitula como sendo cristã, deve batizar seus membros. Devido ao fato de o próprio Jesus haver deixado orientações para isso, conforme nos mostra Mt 28:19“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.

 

O SIGNIFICADO DO BATISMO NAS ÁGUAS

       Poderíamos definir o batismo, como o ato que de fato evidencia o início da vida cristã, pois se trata de um momento em que aquela pessoa que outrora já havia se decidido a seguir a Cristo, agora torna essa decisão pública a todos que presenciam o seu batismo, passando de fato a pertencer a Igreja como instituição, no sentido de estar apto a comungar da Ceia do Senhor, de servir em funções eclesiásticas dentre várias outras coisas. Ela  deve entender ainda, que agora como membro dessa instituição chamada Igreja, passará a ter deveres também, tais como: obediência e lealdade a sua liderança, dar bom testemunho por onde passar, contribuir com dízimos e ofertas para, ser fiel a sã doutrina, dentre outras coisas e isso se dará independente de placa de Igreja, ou seja, onde quer que você fizer parte da Instituição Igreja como membro efetivo, você gozará de direitos e terá deveres a obedecer.

       Os Cristãos Protestantes em sua grande maioria, adotam a doutrina do batismo como sinal e selo da nova aliança. Entendendo que assim como a Ceia do Senhor substituiu a Páscoa, o batismo também substituiu a circuncisão, tornando-se o selo de que um indivíduo pertence à comunidade da nova aliança (Colossenses 2:11,12).

 

O BATISMO E A SALVAÇÃO

       Cristo ordenou que o Evangelho fosse pregado e que as pessoas fossem batizadas (Mateus 28:19). Nesse sentido, o batismo não é um meio de salvação, mas é um ato através do qual os crentes são publicamente identificados como participantes da nova aliança. Embora saibamos o quão importante é o batismo, nunca devemos esquecer que a salvação foi conquistada única e exclusivamente pelo Seu sangue derramado na Cruz do Calvário e esse direito nos foi dado pela Graça, mediante a fé em Cristo conforme Ef 2:8-9.

      Para entendermos um pouco mais sobre isso, não devemos interpretar de forma errônea o texto de Mc 16: 16 que diz “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”.

      Precisamos observar que o batismo não define a salvação que só se dá pelo fato de CRER(no sacrifício de Cristo e o aceitar), pois a parte final do texto diz que “quem não crer será condenado” e não diz em momento algum que “quem não for batizado será condenado” e isso não somente nesse texto, mas em toda a Escritura não encontraremos essa afirmação em lugar algum. Prova disso se dá na passagem da crucificação de Cristo descrita nos quatro Evangelhos e bem explanada em Lc 23:42-43 “E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.

A partir daí, surgem outros questionamentos....

O ladrão da cruz foi batizado? Não

O ladrão da cruz foi salvo? Sim

Então não preciso me batizar, correto? Errado.

     O ladrão da cruz, não teve tempo para ser batizado, assim como não teve tempo de participar da Ceia, assim como não teve tempo de pregar o Evangelho e fazer discípulos em nome de Cristo, dentre várias outras coisas, pois o último ato da vida dele foi alcançar a Graça Salvífica em Cristo Jesus. Então devemos entender que a Salvação está ligada somente a Graça e ao Sacrifício, mas alguns atos, decisões e atitudes em nossas vidas, a exemplo aqui o batismo, devem ocorrer para que possamos tornar público e evidente para todas as pessoas que somos de fato salvos.

 

A SALVAÇÃO E A EXPIAÇÃO

     Todos nós devemos ter a certeza de que o ato da salvação do homem só se dá por meio da graça, pois nenhum homem deve ser considerado merecedor de sua própria salvação. O homem, por sua inclinação natural ao pecado herdado de Adão, não tem qualquer condição de realizar qualquer obra que o salve e por isso, é que Deus em sua imensa graça e misericórdia, executou seu plano salvífico sobre nós, através de nosso salvador Jesus Cristo, exemplo disso vemos em Ef. 2:8-10.

     A salvação é o ato pelo qual, Deus em sua misericórdia e bondade concedeu ao homem pecador a oportunidade do perdão, a salvação se deu por meio da expiação em Cristo. A expiação é a ação necessária prevista na Lei de Deus desde o Antigo Testamento, que tinha por finalidade aplacar a ira de Deus contra o pecado cometido pelos homens e essa expiação era realizada pelo sumo sacerdote uma vez ao ano, onde ele oferecia o sacrifício de animais e espargia o sangue desses animais sobre o propiciatório (Lv 16.11-19). Esse rito representava a mais importante oferta pelo pecado de toda a nação.

     Com o advento de Cristo em Sua expiação, a prática de sacrifício de animais em substituição ao pecado das pessoas (Lv 16), encontrada no Antigo Testamento, foi substituída (Mt 9.13), pois agora Ele se tornou o sacrifício perfeito, pagando nossa dívida. Se antes o ritual de expiação pelos pecados do povo era realizado a cada ano, agora na Cruz do Calvário, o Cordeiro de Deus ofertado pela expiação dos pecados, era tão puro e perfeito, ao ponto de em um único ato, expiar todos os nossos pecados, pagando toda a nossa dívida e consequentemente, não permitindo que a ira de Deus condenasse aqueles que forem alcançados pelo Sangue derramado no madeiro.

 

SALVAÇÃO E OBRAS

 

       Sabemos, portanto, que nada do que façamos em sentido de obras, nos dará o direito de sermos salvos. Mas devemos entender que através da graça pela qual somos salvos em Cristo Jesus, vai gerar em nós, frutos que são as obras. Pois é propósito de Deus que aqueles que foram feitos novas criaturas em Cristo tenham uma vida caracterizada por bons frutos. É impossível alguém estar verdadeiramente em Cristo e ser infrutífero; bem como, é impossível alguém estar fora de Cristo e produzir alguma obra boa e aceitável a Deus (João 15:1-7). Para que uma obra seja, de fato, uma boa obra, ela depende dos méritos de Cristo. Por isso Tiago 2:17 vai dizer que a fé sem obras é morta, pois as obras apesar de não determinarem a salvação, elas devem acompanhar a vida daqueles que pela fé foram salvos.

 

JUSTIFICAÇÃO; REGENERAÇÃO E SANTIFICAÇÃO.

Vamos tentar definir brevemente esse processo na vida daquele que se torna nova criatura em Cristo.

A JUSTIFICAÇÃO evoca a ideia de um tribunal jurídico em que pesam terríveis e verdadeiras acusações contra nós, mas que por meio do sacrifício expiatório e substitutivo de Cristo que vimos acima, se tornaram nulas (Rm 4.24,25). Assim, somos declarados inocentes, não no sentido de não havermos pecado, mas no sentido de alguém haver assumido a culpa de nossos pecados, pois nossa condenação foi substituída pela pena paga por Cristo na cruz (2Co 5.21).

A REGENERAÇÃO é a ação divina de criar um novo homem, dando-lhe um novo coração, transformando-o em nova criação (2Co 5.17), tornando-o filho de Deus (Jo 1.12,13), por isso está escrito em Ef 1:5 “E nos predestinou para filhos de ADOÇÃO por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o propósito de sua vontade, fazendo-nos passar da morte para a vida (Jo 5.24).

A regeneração, portanto, é o processo que ocorrerá em todo aquele que foi alcançado pelo sacrifício de Cristo, fazendo com que pessoas que antes eram indiferentes as vontades de Deus, passem a viver moldados por elas.

A SANTIFICAÇÃO é o processo pelo qual o crente se afasta, se separa do pecado para viver uma vida inteiramente consagrada a Deus, desenvolvendo nele a imagem de Cristo (Rm 8.29). É um processo de cooperação entre o crente e o Espírito Santo que se inicia no momento da justificação do salvo, isto é, Deus vê o crente como santo, ainda que a santidade dele precise ser aperfeiçoada (Ef 4.12). No processo de conversão, a santificação é outorgada ao cristão porque Deus o vê santo, separado e amado por Ele. Nesse sentido estamos firmados em Cristo e os pecados não têm mais lugar em nossas vidas (1Jo 3.6).

 

CONCLUSÃO

     Nesse breve estudo aprendemos a importância do Batismo que foi uma ordenança nos deixada por Cristo e que embora não seja o elemento de salvação do homem, o batismo serve para que tornemos público a todos a nossa decisão por Cristo e por isso se faz tão necessário, além de nos condicionar a nos tornar membros de fato da Instituição Igreja.

     Aprendemos ainda que a salvação se dá por meio da graça salvífica e a misericórdia de Deus e que nenhuma obra que façamos poderia nos dar direito a salvação, mas se somos salvos temos a obrigação de realizar boas obras, pois isso é um sinal da fé dos salvos. Essa graça salvífica, a nós é revelada quando o próprio Deus envia seu filho como expiação perfeita pelos nossos pecados, a fim de que possamos ser alcançados pelo Sacrifício do Cristo estando assim livre da Ira de Deus.

    Por fim, devemos lembrar que todo aquele que nasceu de novo e se tornou nova criatura conforme João 3:3 nos diz, inevitavelmente passará pelos processos de  Justificação, Regeneração e Santificação, para uma nova vida em Cristo Jesus.

 

Que o Senhor abençoe sua vida!!!

Pr. Carlos Leandro Fernandes

 

 

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