As correntes teológicas que explicam a natureza humana, quanto sua a divisão, são estas:
Monismo – É a idéia de que o homem não pode existir independentemente do corpo físico e, portanto, não pode ter uma existência separada de uma "alma", seu corpo é a pessoa.
Antes de ventilarmos acerca da dupla constituição da natureza humana, a parte material e a parte imaterial apresentamos a teoria monista ou simplesmente monismo, cosmovisão que remonta “aos filósofos pré-socráticos que apelavam a um único princípio unificador para explicar toda a diversidade da experiência observada”. No entanto, pode adotar um enfoque muito mais estreito e o faz quando se aplica ao estudo dos seres humanos. Os monistas teológicos argumentam que os vários componentes dos seres humanos descritos na Bíblia perfazem uma unidade indivisível e radical.
A dificuldade do monismo, obviamente, é o fato de não deixar lugar para um estado intermediário entre a morte e a ressurreição física no futuro. Esse ponto de vista discorda de numerosos textos bíblicos. Jesus também faz clara referência ao corpo e à alma como elementos divisíveis quando adverte: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma” (Mt 10.28).
Dicotomia – É a visão de que o homem é composto de duas partes (corpo e alma / espírito).
A palavra dicotomista significa duas partes ou divisões. Esta teoria é seguida por um grande número de teólogos (entre eles os calvinistas): que o homem se compõe de duas partes ou divisões: a material e a espiritual. Os dicotomistas defendem que cada ser humano neste mundo é dotado de um corpo material por um eu pessoal imaterial. Tomam por certo que as Escrituras chamam isso de “alma" ou "espírito". Entendem que "alma” dá ênfase àquilo que é distinto na personalidade consciente de uma pessoa; e que o "espírito" carrega consigo não só as nuances da personalidade derivadas de Deus, mas também a dependência dele e a distinção do corpo como tal.
Tricotomia – É o conceito de que o homem é feito de três partes (corpo, alma e espírito).
O conceito popular da constituição dos seres humanos é dualística: alma e corpo. Segundo este pensamento a alma é a parte espiritual invisível, interior, enquanto que o corpo é a parte corpórea visível, exterior. Embora haja alguma verdade nisso, ela não é, todavia, precisa. Tal opinião procede do homem caído, não de Deus; à parte da revelação de Deus, nenhum conceito é digno de confiança. Que o corpo é o revestimento exterior do homem é, sem dúvida, correto, mas a Bíblia nunca confunde espírito e alma como se fossem idênticos. Não somente são diferentes em termos, mas suas próprias naturezas diferem entre si. A Palavra de Deus não divide o homem em duas partes, isto é, alma e corpo. Ela trata o homem antes como sendo tripartido: espírito, alma e corpo. Assim, lemos em 1 Tessalonicenses 5.23: “E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” Este verso mostra precisamente que o homem todo é dividido em três partes. O apóstolo Paulo refere-se aqui à santificação completa dos crentes dizendo “vos santifique completamente”.
Como, segundo o Apóstolo, uma pessoa é santificada completamente? Pela conservação do seu espírito, alma e corpo. Por isso podemos facilmente entender que a pessoa toda abrange essas três partes. Esse verso faz também uma distinção entre o espírito e a alma, senão Paulo teria simplesmente dito “vossa alma”. Visto que Deus distinguiu o espírito humano da alma humana, nós concluímos que o homem é composto não de duas, mas de três partes: espírito, alma e corpo.
Outras porções das Escrituras fazem a mesma diferença entre espírito e alma. “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). O escritor, neste verso, divide os elementos não corpóreos do homem em duas partes: “alma e espírito”. A parte corpórea é aqui mencionada como que incluindo as juntas e medulas - órgãos de movimento e sensação. Quando o sacerdote usa a espada para cortar e dissecar completamente o sacrifício, nada no interior pode ficar escondido. Cada junta e medula é separada. Da mesma forma o Senhor Jesus usa a Palavra de Deus em Seu povo para separa completamente, para penetrar até à divisão do que é espiritual, da alma e do físico. Visto que alma e espírito podem ser divididos, conclui-se que eles devem ser diferentes em natureza. Aqui é evidente, portanto, que o homem é um composto de três partes.
Com base no Tricotonismo, aprendemos que é através do corpo físico que o homem entra em contato com o mundo material. Portanto, podemos classificar o corpo como aquela parte que nos dá consciência do mundo. A alma inclui o intelecto, que nos ajuda no presente estado de existência e as emoções, que procedem dos sentidos. Visto que a alma pertence ao próprio ego do homem e revela sua personalidade, ela é denominada a parte de autoconsciência. O espírito é aquela parte pela qual nós temos comunhão com Deus e somente pela qual podemos compreendê-Lo e adorá-Lo. Por indicar nosso relacionamento com Deus, o espírito é denominado o elemento da consciência de Deus. Deus habita no espírito, o eu habita na alma, enquanto que os sentidos habitam no corpo.
Que o Senhor abençoe sua vida!!!
Pr. Carlos Leandro Fernandes
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